sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Cândido Borges Monteiro

Barão e Visconde com Honras de Grandeza de Itaúna

Elegia
Discurso pronunciado perante o Imperador na Academia Imperial de Medicina em 30 de Junho de 1873 sobre Cândido Borges Monteiro por Dr. Luiz Correa de Azevedo:

No dia 19 de outubro do anno de 1812, nesta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em uma casa ao Becco das Cancellas, nasceu Cândido Borges Monteiro, filho do capitão de milícia José Borges Monteiro e de sua mulher Gertrudes Maria da Conceição, família honestíssima e de poucos meios. Cândido Borges foi baptizado na Freguesia da Candelária.
Logo cedo entrou para Escola do Professor Campos, ao becco do Cotovelo, onde lhe forão ensinados os rudimentos das primeiras letras; o que feito seu pai, o põe como caixeiro na sua casa de negócio, por isso que fortuna não tinha para dar-lhe uma carreira que demandasse gastos em instrucção. Nulla, porém, era a aptidão do menino caixeiro, que, além do amostrador entrevia um mundo mais cheio de emoções. Um amigo de seu pai, negociante também, conhecendo nelle vocação e desejos, ensinava-lhe a língua francesa, e elle a aprendia com notável facilidade. Não satisfeito com isto, consagrava as suas noites e os dias de descanso a leitura de livros instructivos. E como nada, obstáculo nenhum se póde opor á vocação de uma intelligencia, havia adquirido tal cabedal de instrução, que já em 1827 se achava matriculado na Academia Medico-Cirúrgica, depois Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, na qual estudou até 1834, com notável superioridade, havendo passado seus exames sempre de uma maneira honrosa e brilhante. A 17 de dezembro de 1834 recebeu o gráo, havendo já em 1833, sido nomeado Lente Substituto por decreto de 10 de junho, depois de haver com mestria sustentado sua these sobre Hérnias. Cinco annos mais tarde, em 1838, já era provido na Cadeira de Operações e de Anatomia Topographica havendo versado sua these sobre Torsão das Artérias, o que lhe valeu, com justiça, uma grande reputação.

Este é, pois, o período de sua vida onde tudo induzia a crêr que aquelle Professor estava reservada uma pagina brilhante nos fatos da historia dos homens ilustres deste Império. A Escola de Medicina o saudava como um de seus mais abalizados operadores; e fora tão longe na ousadia de seu genio investigador, teve tal confiança na experiência que lhe guiava o bisturi, que entrou na liça cirúrgica sobre a proficuidade da ligadura da aorto abdominal. Elle a praticou com mão de mestre; e de tudo deu conta em uma Memória, que correu mundo, e lhe valeu vasta e erudita discussão sobre o assumpto, havendo recebido, por essa ocasião, diplomas de membro correspondente de algumas Sociedades Medico- Cirúrgicas- E o Visconde de Itaúna fôra espiritualista, fôra um grande pensador, homem a quem a fácil e lúcida comprehensão permitia desvendar arcanos e conquistar o saber. E se o mundo além tivesse a generosidade de assignalar menos pátria ao saber, houvea sem duvida , lembrado mais universalmente o nome deste ilustre professor brasileiro, que havia tido a coragem de ilustrar sua intelligencia nos hospitaes de seu paiz e nas lições de todos os que escrevem o que sabem e o que fazem.

Estes louros conquistados a sós, em terra onde pouco valor tem o saber, são, sem duvida, mais dignos, mais dificilmente obtidos, do que ahi, onde as sociedades e as academias fórmão arbitrariamente reputações de convenção.

João Alves Carneiro, Manoel Feliciano e tantos outros doutos, fazem parte dessa phalange ousada de exploradores das Sciencias, armados cavalleiros á beira de suas bancas de estudo e autorisados por suas inspirações e sua coragem. E isto só pelo facto de fallar-se uma língua latina puríssima, oriunda de um povo que deu a humanidade com mão pródiga exemplos de honra, de valores e independência, e também esses mundos que engrandecerão a terra e alárgarão os horizontes da humanidade! Pois bem, nesta língua, menos prezada, mas que em todos os continentes ainda attesta que ella fomára gentes remotas e fundará em regiões longínquas sociedades chistãs, nesta querida língua de nossos pais e de nossa terra, diga-se ao mundo que ignora o que foi o Professor Candido Borges Monteiro, de saudosa memória.

Completando no anno de 1858 vinte e cinco annos de magistério, recebeu elle a 28 de agosto desse anno permissão para continuar a leccionar, o que ambicionava e para o que suas forças havião centuplicado, dando-lhe aquella autoridade e segurança que todos admirávamos.

Qual de nós se não lembra daquella sua digna attitude, daquella sua dicção correta, daquella exposição fluente, clara e positiva regendo a sua cadeira? No auditório de seus discípulos reinava o mais completo silencio; em cada uma de suas phrases eloqüentes o estudo apurado e sério que fazia a sciencia.

Tanto ahi nessa cadeira onde honrava e ilustrava, como no exercício de sua profissão, era o Professor Cândido Borges um homem superior. Todos nós nos recordamos daquella lamentável catatrophe, no de 1845, por occasião da explosão da barca a vapor Especuladora, ao largar da ponte de Nitheroy, cheia de passageiros. Muitos forão as victimas, horendas e extensas as contusões e queimaduras, e cheias desses doentes ficarão as enfermarias da Santa Casa da Misericórdia. Que então estavão á cargo do distincto cirurgião. O zelo, a intelligencia, a presteza e o inalterável sangue- frio do Professor Candido Borges Monteiro conseguirão salvar muitos no meio daqulla terrível agglomeração de gente a gritar de dôres cruciantes de que sofria. Elle provou então eloquentemente. Como quando a medicina não consegue curar, sabe contudo consolar e alliviar.

A tão assignalados serviços, no magistério e no exercício da profissão, correspondeu também a munificencia Imperial, sendo nomeado em 1846 medico Imperial da Câmara.
Em 1861 foi jubilado com vencimento por inteiro, na forma dos Estatutos da Faculdade de Medicina. Em 1851, possuindo a mais plena confiança em seu saber profissional o Excelso Monarcha do Brazil, foi o Professor Candido Borges nomeado privativo, conjunctamente com o Barão de Petrópolis, das Augustas Princesas a Sra.D. Isabel e D. Leopoldina, de saudosa memória, e do Príncipe o Sr. D. Pedro, servindo n qualidade de parteiro de S. M. a Imperatriz, de Phisico-Mor por occasião do baptisado desses Príncipes.

Em 1848 foi eleito vereador da Camara Municipal, cuja presidência assumio por morte de Gabriel Getulio de Mendonça; logo depois teve assento como deputado á Assembléa Provincial do Rio de Janeiro; em 1827 foi escolhido Senador do Império pela mesma Provincia do Rio de Janeiro.

A independência de seu caracter e a gravidade que dava a todas as suas opiniões o levárão na Camara,em 1853, a erguer a voz em favor da senatoria do Visconde de Souza Franco, seu adversário político, e que então era também deputado.

O seu titulo e Conselho teve-o em 1861, quando havia completado os seu 25 annos de magistério.

Acompanhou S. A. a Sra. D. Leopoldina, de saudosa memória, e o Sr. Duque de Saxe á Europa, sendo nomeado em sua volta á pátria Barão de Itaúna. Como parteiro de S. Alteza assistio ao nascimento de quatro Príncipes, tenros e caros rebentões daquella illustre Princeza, que recordárão no futuro as virtudes de sua Augusta Mãe, sendo hoje os queridos penhores daquella illustre mocidade fadada ao tumulo cedo de mais para seus Augustos pais e este povo do Brazil, que a adoravão.

Em sua estada na Europa, para que aquella robusta intelligencia não ficasse desocupada, applicou-se com perseverança ao estudo da ophatamologia nos principaes Hospitaes de Vienna d’Austria, e o talento que lhe abrilhantava os mais generosos impulsos dera-lhe nessa especialidade cabedal de sobejo para honrar nome brazileiro, já por muitos professores estrangeiros admirado e acatado, e que havião assistido a varias operações cirúrgicas por elle praticadas. Ao voltar á pátria, teve desejos de abrir consultoria nesta cidade para ahi dar em abundancia aos necessitados da saúde e da vista tudo quanto o seu generoso saber iluminava; fôra-lhe recusado por causas mil que inflenciárão os actos resolvidos de sua vida pratica.

Quando se há resolvido tantos problemas do saher humano, quando a probidade e o vigor do caracter mais engrandecem um sábio votado ao amor de sua pátria, nenhum homem se pertence_ e um vulto nacional_ é um servidor do Estado, prompto sempre á voz da lei que lhe determina os passos.

Por isso, em 1868, no Ministério do fallecido Visconde de Itaborahi, de saudosa memória, aceitou o pesado encargo de Presidente da Província de S. Paulo. O que foi elle então, como chefe de uma Província, diga-o a consciência pública, no dia em que as phosphorescencias da oposição em política desapparecerem, e deixarem vêr em campo limpo a verdade allumiando os vultos dos cultores conscienciosos da lei, da ordem da retidão de caracter.

Em 1871 acompanhou o Ilustre Monarcha do Brazil e sua Augusta esposa, a nossa adorada Imperatriz, em sua excursão aos paizes da Europa como seu medico, sendo nomeado Visconde de Itaúna na sua volta á Côrte, premio da dedicação e do zelo que era dotado no desempenho dos seus sltos deveres.

Convem porém dize-lo que o Sr. D.Pedro II mais do que um Viscondado lhe havia concedido, por quanto lhe votava estima e amizade particular, sem duvida, premio de subido valor, e que em minutos affectuosos lhe pagava com alta generosidade os dissabores sem numero de um caracter votado aos serviços da pátria. Presente magnânimo daquelle que o faz e que honra o que recebe, acoroçoando-o a commetimento cada vez mais generosos da philosophia da vida. M
as estava escripto no livro dos destinos, que o condor sul-americano se erguia ás altas regiões do Brazil,e, depois de haver mirado em torno nas camadas elevadas do infinito, fixaria um ponto na posteridade; e depois... desprenderia o seu vôo melancólico, ma s rápido, para o fundo de uma immensidade desconhecida _ a eternidade.

Em 1872 fôra nomeado Ministro da Agricultura, Obras Publicas e Commercio. Este Ministério, que fôra sua ultima gloria na terra, onde gastára incessantemente o viço de uma vida curvada a fadigas mil, fornecera-lhe o derradeiro acto de sua extrema dedicação.

Já quase extincta nelle a vida reclámara a pasta que viera da Secretaria, e nella escolhendo entre Decretos aquelle mais digno de sua ultima attenção, appuzera seu nome ao que concedia o estabelecimento do cabo telegraphico submarino, que deve unir pela rapidez da palavra a Europa a América do Sul. “Ao menos este, exclamou elle, levará meu nome!”

Renda o mundo ingrato e indifferente ao Ministro deste Império o que provavelmente a inveja conseguia ás vezes occultar, e dê-se ao Visconde de Itaúna o lugar de honra que lhe compete por todos aquelles grandes merecimentos, que sucessivamente os vários períodos de sua vida forão apresentados á admiração Nacional.

Se os serviços da epidemia de 1850, que lhe valêrão a Commenda de Nosso Senhor Jesus Christo, se como 1º Cirurgião do Hospital, por ocasião da cholera- morbus lhe coube, seus grandes préstimos, ser condecorado com a Dignataria Ordem da Rosa; se as Grãs- Cruzes de Christo e da Conceição com que o condecorou Portugal; se a Grã- Cruz da Ordem Ernestina da Casa Ducal da Saxonia e da Corôa do Ferro da Áustria; se o ser membro do Instituto Histórico Geográphico Brazileiro e membro também de varias associações scientificas da Europa _ não bastão para provar o conceito em que o Brazil e o Velho Mundo tinhão o fallecido Visconde de Itaúna; então apelle cada um de nós para sua consciência, e sinta como é doída esta saudade feita pelo vácuo que entre nós elle deixa, elle que sabia ser um grande Brazileiro, um grande medico, um grande professor, optimo amigo e pai de família extremoso e dedicado.

A Academia Imperial de Medicina envia neste dia um voto de dôr a pátria, que perdeu um filho dedicado _ á humanidade que sofre, um medico que lhe alliviava os sofrimentos _ a sua viúva, a Sr. Viscondessa de Itaúna ;um esposo digno e zeloso_ a seus filhos , um pai modelo, um gigante de caracter e um molde de patriotismo _ a medicina do Brazil, um medico cheio de zelo pela causa dos sofrimentos, intelligentíssimo e de saber consumado.

O Visconde de Itaúna deixa 8 filhos, dos quaes 4 varões e 4 senhoras.
Seus netos sobem já ao numero de 24.

Eis a sua descendência, os rebentões que entrega a pátria. Permitta Deus, que do seu estremecido seio, daquelles filhos e netos se formem homens que honrem o nome do Visconde de Itaúna, e que sejão os sucessores de todos os dons que a natureza lhe outorgou.

Arquivo Nacional
Pesquisa de Ana Carolina Nunes
Dados Biográficos
Nascido em 12 de Outubro de 1812, no Rio de Janeiro.
Falecido em 25 de Agosto de 1872, no Rio de Janeiro.
Árvore de Costados
Filho do Capitão de Milícias José Borges Monteiro e de Dona Gertrudes Maria da Conceição. Neto paterno de Manuel Borges Monteiro e de Dona Maria Vaz. Neto materno do Sargento Mor João Antonio Teixeira e de Dona Josefa Maria Cândida. Bisneto paterno de Caetano Borges e de Dona Joana Monteiro.
Títulos Nobiliárquicos
Barão de Itaúna por decreto de 7 de Outubro de 1867, por mercê de Dom Pedro II.
Visconde de Itaúna por decreto de 10 de Julho de 1872, por mercê de Dom Pedro II.
Brasão de Armas
Escudo esquartelado: no primeiro, as Armas dos Borges, de golés, um leão de ouro batalhante, armado de preto, e uma bordadura de azul semeados de dez flores de lis de ouro; no segundo, as armas dos Monteiros, de prata, com três buzinas de preto em roquete, com bocas de ouro e cordões vermelhos, e assim os contrários. Coroa: a de conde.
Distinções
Comendador da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo
Pelos serviços prestados na epidemia de 1850.
Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa
Pelos serviços prestados por ocasião da cholera- morbus
Condecorado com honras de Oficial Mor
Grã-Cruz de Nossa Senhora da Conceição Vila Viçosa de Portugal
Comendador da Coroa de Ferro da Áustria
Comendador da Ordem Ducal Ernestina da Saxônia
Grã-Cruz da Ordem de Cristo de Portugal
Oficial-Mor da Casa Imperial do Conselho de Sua Majestade
Casa Imperial
Médico Privativo da Princesa Isabel, de Dona Leopoldina e de Dom Pedro II
Em 1851, foi nomeado privativo, servindo na qualidade de parteiro da Imperatriz e
Phisico-Mor dos Príncipes. Como parteiro de Sua Alteza assistiu ao nascimento de quatro príncipes e da Princesa Isabel. E trouxe à luz quatro filhos da Princesa Isabel.
Médico da Imperial Câmara
Nomeado em 1846, Médico da Imperial Câmara.
Viagens com a Família Imperial
Fez a 1ª viagem com a Família Imperial acompanhando a Imperatriz Dona Leopoldina e o Duque de Saxe, sendo nomeado em sua volta Barão de Itaúna. Durante a viagem, aplicou-se no estudo de Oftalmologia nos principais hospitais de Viena.

Em 1871, faz a 2ª viagem à Europa com o Imperador e a Imperatriz, seguindo para o Oriente, sendo nomeado Visconde de Itaúna como prêmio pela dedicação.

Amigo do Imperador
Com a convivência tornou-se amigo de Dom Pedro II
Convem porém dize-lo que o Sr. D.Pedro II mais do que um Viscondado lhe havia concedido, por quanto lhe votava estima e amizade particular, sem duvida, premio de subido valor, e que em minutos affectuosos lhe pagava com alta generosidade os dissabores sem numero de um caracter votado aos serviços da pátria. Presente magnânimo daquelle que o faz e que honra o que recebe, acoroçoando-o a commetimento cada vez mais generosos da philosophia da vida.

"Visitada a Europa, D. Pedro II seguiu para o Oriente. Sobretudo o Egito, com as múmias e as suas pirâmides, parecia atraí-lo. E ao chegar em Alexandria, em 28 de outubro, recebeu a notícia de que, justamente um mês antes, o Senado aprovara a sonhada reforma. Jubiloso, ele abraçou Itaúna, e pediu-lhe que escrevesse a Rio Branco: “Diga-lhe mais que o considero como o meu homem, em que deposito toda a confiança e esperança que posso ter, nutrindo a crença de que ele não me abandonará no muito que temos a fazer.'
Por último, Itaúna acentuava: 'Nunca tenho visto o Imperador entregue a tão violenta expansão.' (14) Observação exata, pois Sua Majestade raramente mostrava a alma; costumava trazê-la discretamente fechada."
"A Vida do Barão do Rio Branco"
Luiz Viana Filho"
Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1959.
Anamaria, eu tinha a lembrança de recentemente ter lido sobre esse mesmo episódio de Alexandria
e, assim, voltei a um livro que andei relendo recentemente, na busca de um Parnhos, de ineresse de uma Geneal. E lá está. José Murilo não fez, aparentemente, pesquisa primária, sendo assim o crédito da pesquisa documental de Luiz Viana Filho. Aliás, o cap. 14, "O bolsinho imperial" é calcado na pesquisa primária do Papai (Guilherme Auler), cujo livrinho "Bolsistas do Imperador" é indicado como leitura complementar a "D. Pedro II".
Com o abraço do
Pedro Auler
Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ
Formação Intelectual
Fez as primeiras letras na Escola do Professor Campos, no Beco do Cotovelo.
Estudou francês com um negociante, amigo do seu pai.

Matriculado em 1827, na Academia Médico-Cirúrgica.
Doutor em Medicina pela antiga Escola Médico-Cirúrgica em 1834.
Magistério Superior
Em 1833, antes mesmo de se formar, foi nomeado Lente Substituto por decreto de 10 de Junho, depois ter sustentado sua tese sobre Hérnias. Em 1838 foi provido na Cadeira de Operações e de Anatomia Topográfica, havendo versado sua tese sobre Torsão das Artérias. Em 1858, com 25 anos de Magistério, recebeu em 28 de Agosto permissão para continuar a lecionar. Em 1861 foi jubilado com vencimento integral, na forma dos Estatutos da Faculdade de Medicina.

Institutos e Academias
Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
Membro Honorário da Academia Imperial de Medicina
Trabalhos Publicados
Da Amputação Circular pela Continuidade da Coxa, meios empregados para vedar a hemorragia e maneira de fazer o curativo, Tese.

Considerações Gerais sobre Hérnias Abdominais e da Hérnia Inguinal, em particular:
Tese Apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro para concurso a um lugar de
Substituto da Seção Cirúrgica. Rio De Janeiro, 1833.

Para o concurso do Lugar de Lente de Anatomia Topográfica, Medicina Operatória e Aparelhos. Rio De Janeiro, 1838.

Queimaduras: Lições Orais de Clínica Cirúrgica,
Feitas a 27 de Julho e 12 de outubro de 1844.
In Arquivo Médico Brasileiro, Tomo I, Pp. 16/21 e 58/65.
Resumo Estatístico da Clínica Cirúrgica da Escola de Medicina.
Na explosão da barca a vapor Especuladora, em 1845, era o responsável pelas enfermarias da Santa Casa de Misericórdia.
Pioneiro
Em 1842, no Rio de Janeiro, fez uma ligadura da aorta abdominal.
Ministro do Império
Ministro do Império da pasta de Agricultura, Comércio e Obras Públicas no 25º Gabinete de 1871, gestão de 7 de março de 1871 a 20 de abril de 1872, cargo em que faleceu.
Vida Política
Vereador - 1848 a 1851
“Proliferavam os charlatães, tanto na sua produção quanto na sua comercialização, contra os quais médicos e políticos lutavam incessantemente, sem muito sucesso. Bradando em discurso à Câmara Municipal, em 24 de julho de 1849, o vereador Cândido Borges Monteiro denunciava, pedindo as medidas punitivas cabíveis (Machado et al., 1978, p. 223):” "Senhores, a par dos charlatães que infestam o país, outros especuladores enchem todos os dias os jornais com pomposos anúncios acerca de remédios, cuja eficácia, uma vez demonstrada e admitida, provada ficaria a imortalidade do homem."
Humores e Odores:
Ordem Corporal e Ordem Social no Rio de Janeiro, Século XIX.
Tania Andrade Lima - Volume II (3)

Deputado Geral
1853 a 1853 e de 1854 a 1856
Senador do Império
1857 a 1872
Presidente de Província

Em 27 de Agosto de 1868 foi nomeado o 35º Presidente da Província de São Paulo.
Eleitor
Eleitor em São Gonçalo, como Barão de Itaúna
em 1870 e em 1873.
Cargos Públicos
Segundo o Almanak Laemmert, de 1872, à Página 298, era integrante do Corpo de Saúde do Exército, reformado, nomeado como Alferes Senador Doutor Barão de Itaúna.

Padrinho
No primeiro verão imperial em Petrópolis, o Dr. Cândido de Borges Monteiro, médico da Imperial Câmara e depois Visconde de Itaúna foi padrinho de um filho de colono, em cerimônia religiosa, em 23 de Janeiro de 1848, a que estiveram presentes o Imperador e a Imperatriz. D. Pedro II e Dona Teresa Cristina foram padrinhos de Pedro, filho do colono Francisco Xavier (Franz Xaver) Bumb e Anna Barbara Rusch (freguesida de S. Pedro de Alcântara, Lº 1, fls. 10). Dr. Cândido e Domitilia Francisca Madeira de Abreu Brandão, mais tarde Dama da Imperatriz, foram padrinhos de Francisca, filha do colono Pedro (Peter) Blaeser e Margarida (Margareta) Wendel (freguesida de S. Pedro de Alcântara, Lº 1, fls. 10-v). Vale observar que os afilhados receberam os prenomes dos padrinhos.
Pedro Auler
Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ


Necrológio das Casas Titulares
Quando do seu falecimento foi homenageado por
Discurso do Secretário Geral da Academia Imperial de Medicina, o Sr. Dr. Luis Vicente de Simoni, e pelo Discurso pronunciado perante o Imperador na Academia Imperial de Medicina, em 30 de Junho de 1873, pelo
Dr. Luiz Correa de Azevedo.

Casamento
Casado, em 23 de março de 1833, no Rio de Janeiro (Candelária, Livro 9º, Fls. 179) com Dona Joana Maria do Nascimento, Viscondessa com Honras de Grandeza de Itaúna, filha de Francisco José Vicente e de Ana Maria do Espírito Santo, nascida e falecida no Rio de Janeiro em 16 de junho de 1896.

Certidão de Casamento
Livro 9 de Casamentos, (de 1809 a 1837), folha 179: Aos vinte e tres dias do mês de Março de mil oito centos e trinta e tres annos, na Freguezia do Engenho Velho pelas cinco horas da tarde, com Provisão do Illustríssimo e Reverendíssimo Vigario Capitular, sede Vaticante, depois de feitas as diligências de estillo. Sem impedimento algum, e tomados os seos Depoimentos verbaes, em presença do Revrndo. Vigário da dita Freguezia, de licença do Reverendo Parocho desta, e em presença das Testemunhas Antonio Teixeira da Cunha e José Ignacio da Silva se (ilegível) recebeu em Matrimônio por palavras depresente, na forma do Sagrado Concílio de Tridentino, e Constituição que rege este Bispado, Candido Borges Monteiro, filho legítimo de José Borges Monteiro e de Gertrudes Maria da Conceição, natural e baptizado nesta Freguezia, com Dona Joana Maria do Nascimento, filha legítima de Francisco José Vicente e de Anna Maria do Espírito Santo, natural e baptizada na Freguezia do Engenho Velho; e não receberão as Bênçãos Nupciaes, por ser em tempo prohibido; o que tudo me constou por Certidão do dito Vigário do Engenho Velho, de que fiz este assento que o assignei. O Coadjutor Sebastião dos Reis Saraiva.

Rio de Janeiro, Igreja da Candelária,
Anuário Genealógico 5
Salvador Moya

Foram Pais de:
1. José Borges Monteiro.
Batizado em 19 de Maio de 1834, no Rio de Janeiro.
Falecido em 23 de Maio de 1836, no Rio de Janeiro.
2. Cândido Borges Monteiro Jr.
Médico Cirurgião
Nascido em 1 de Maio de 1835, no Rio de Janeiro
Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa
Moço Fidalgo da Casa Imperial
Adido da Diretoria Geral de Tomada de Contas do Ministério de Negócios da Fazenda
Verbete do Sacramento Blake
Casado com Dona Carlota Albelina de Jesus Monteiro.
Com Geração.
3. Carolina Augusta Borges Monteiro
Nascida em 7 de Abril de 1838, Rio de Janeiro. Falecida em Fevereiro de 1929.
Casada, em 11 de Novembro de 1856, no Rio de Janeiro, com Dr. Luiz Augusto da Silva Brandão, filho do médico Dr. José da Silva Brandão e de Dona Custódia Maria de Aguiar. (V. Meus 4º Avós)
Com Geração
4. José Augusto Borges Monteiro
Nascido em 9 de Outubro de 1839, no Rio de Janeiro.
Casado, em 30 de Maio de 1862, com Dona Graciosa d´Iriost Oxoby, nascida em Montevidéu,
filha de Pedro d´Iriost Oxoby e de Dona Margarida.
Com Geração
5. Carlos Borges Monteiro
Advogado
Nascido em 1º de Março de 1841, no Rio de Janeiro.
Com Geração
6. Luiz Borges Monteiro
Nascido em 19 de Outubro de 1843, no Rio de Janeiro.
7. Thereza Cristina Borges Monteiro
Casada com Luiz Henrique Pereira Campos, falecido em 1903.
Sem Geração.
8. Joana Borges Monteiro
Nascida em 13 de Abril de 1850. Falecida em 13 de Novembro de 1932.
Casada com Dr. João Batista de Morais.
Com Geração.
“Anuário Genealógico Brasileiro, IV, 1942”.
Salvador Moya



8 comentários:

Ana Pessoa disse...

Ana Carolina
Parabens pela localização desse discurso, que esclarece importantes aspectos da familia do Dr. Candido. Pesquiso a trajetória do comerciante Bernardo Casimiro de Freitas, futuro barão da Lagoa, cunhado do Dr. Candido, casado com Elidia. Porisso me interessaria muito fazer o ramo de negocios dos Borges Monteiro, voce teria alguma informação?
Voce conhece a correspondencia do Dr. Candido com o Imperador, publicada em tres números da revista do IHGB?
Atenciosamente,
Ana Pessoa

Anamaria Nunes Vieira Ferreira disse...

Oi, Ana Pessoa, obrigada pela visita. Ana Carolina é minha sobrinha, faz jornalismo e, nos intervalos, pesquisa com muita eficiência para mim.
Não tenho documento organizado sobre os negócios dos Borges Monteiro mas posso tentar fazer um resumo para você.
Quanto à correspondência de Cândido com o Imperador, tive acesso a um documento ou outro, mas pretendo resgatá-los. O problema é o meu pouco tempo.
De qualquer forma, estou à sua disposição.
Abraço
Anamaria

Ana Pessoa disse...

No livro Coleção Princesa Isabel: fotografia no seculo XIX ha foto do Candido e de duas de suas filhas.
Abs
Ana Pessoa

Anônimo disse...

Saucacoes,

eu pesquiso a respeito da genealogia da nossa familia e descendemos de Antonio Borges Monteiro. Ele nasceu em 06.11.1751 na Freguesia de Pinhancos (Pinhos Grandes), concelho (cidade) de Seia e distrito (estado) da Guarda. Ele era filho de Caettano Borges e Joana Monteiro.

Recentemente, um de nossos primos foi a Portugal para pesquisar esse assunto e encontrou a certidao de nascimento de nosso ancestral, microfilmada em Lisboa. Com isso sabemos que o avo Caettano Borges era filho de Manoel Borges e Izabel Rodrigues e a avo Joana Monteiro era filha de Estevao Rodrigues e Maria Monteiro.

Desde quando comecei a verificar esse lado da familia, encontrei as informacoes a respeito do Dr. Candido Borges Monteiro e dai eu conhecer um pouco dos dados de sua familia tambem. O que me parece eh que nos fazemos parte de uma unica raiz genealogica porque o avo do Dr. Candido: Manoel Borges Monteiro nasceu na Freguesia de Sao Martinho da Guarda, que eh uma Freguesia do municipio de Seia, onde o avo Antonio tambem nasceu. O ancestral Antonio nasceu na Freguesia de Pinhancos, que esta proximo a Sao Martinho.

A diferenca eh a referencia a que o Manoel tenha nascido no Bispado do Porto e o avo Antonio no de Coimbra. Seia esta muito mais proxima de Coimbra. Contudo, eles nasceram por volta do tempo em que aconteceu o grande terremoto de Lisboa (1755), o que pode ter provocado alguma mudanca ou engano na formulacao dos documentos.

De qualquer forma, gostaria muito de clarear essa duvida para sabermos se os Borges Monteiro que fizeram parte importante na composicao genetica das familias do Centro-Nordeste do Estado de Minas Gerais tem as mesmas raizes que a familia comecada pelo sr. Jose Borges Monteiro na cidade do Rio de Janeiro.

O meu e-mail para contato eh: valbarbalho@hotmail.com Muito obrigado pela atencao dispensada.
Valquirio de Magalhaes Barbalho.

GUSTAVO disse...

O Visconde de Itaúna é tetravô de minha esposa. Ela é tataraneta de Carolina Augusta Borges Monteiro.
Meu sogro é o médico Taylor Brandão Schnaider, filho de Cecília Brandão Schnaider, que era filha de Gontran Augusto Brandão, filho de dona Carolina e do Dr. Luis Augusto da Silva Brandão.

Unknown disse...

Sou tataraneto de Dr. Cândido, bisneto de sua filha Joana Borges Monteiro; neto de seu neto Sebastião Borges Monteiro de Moraes; filho de sua bisneta Maria Marcela de Moraes Montesanti. Sou do ramo que mudou para São Paulo. Gostaria de me comunicar com parentes cariocas, meu e-mail é Montesan@uol.com.br.

val51mabar disse...

Oi ANAMARIA,

Este comentario vai ficar um pouco fora de lugar. Nao sei se voce conseguiu o livro: "ALGUMAS NOTAS GENEALOGICAS" do prof. NELSON COELHO DE SENNA. Nao chega a ser um livro. Sao apenas 18 pags. Com o acrescimo de 6 dos estudos dele das familias Horta e Gomes Candido, do lado da esposa. Consegui o livro e o reproduzi inteiro no endereco: https://val51mabar.wordpress.com/2015/05/10/nos-os-nobres-e-a-avo-do-juscelino-tambem-pode-ter-sido-barbalho-coelho/. Se nao abrir aqui, basta procurar via o nome do texto ou os codigos da pagina.

O livro eh muito bom. Revela um pouca coisa do lado Senna e do Coelho. Contudo, ele coletou muita informacao paralela dos Coelho. Talvez possa ajuda-la a encontrar os seus, que podem ser os nossos, pois, o que nao falta eh Coelho naquela parte de Minas.

Grande abraco.

Unknown disse...

Saudacoes Anamaria,

Nao sei se voce ja encontrou o fio da meada dos seus Coelho Ferreira. Se não vai uma dica:

https://val51mabar.wordpress.com/2017/03/11/a-historia-e-a-familia-barbalho-coelho-andrade-na-historia/

Ai eu faco comentarios a respeito de uma ata de reunião do Concelho de Caeté, em 12 de outubro de 1822. Foi a adesão da região `a Independência do Brasil. Ha nela uma relação de aproximadamente 1.000 nomes.

Fiz uma revisão agora e encontrei os nomes: paga. 229: Antonio Coelho Ferreira; e Manoel Coelho Ferreira.

Pode parecer que esteja fora do mapa porque voce estava procurando pessoas mais antigas e de mais ao norte de Minas. Mas talvez possa encontrar algo através deles.

Venho descobrindo rastros dos meus aparentados justamente nos locais nos quais se produzia ouro ao longo dos séculos XVIII e XIX e cada hora em um lugar diferente. Eles aparecem no Serro e Mariana, antes de 1750, quando o ouro ainda era encontrado nos locais mais antigos.

Em 1780 eles aparecem em Itabira e Dom Joaquim. Terminado ai o ouro aparecem em Guanhaes e Virginópolis quando o surto ocorreu entre 1828 ate 1860. Por essa época alguns foram para Diamantina, por causa de um surto de novas minas de Diamantes, recordado pelo professor Nelson Coelho de Senna.

Eh possível que os seus, quando o ouro da area de Minas Novas e Itamarandiba começou a escassear se mudaram também para a região de Itabira e estavam por la ate 1822.

Publiquei o corpo da ata e um breviario da lista de nomes. Mas o restante pode ser lido no google livros tambem. Existem alguns Nunes, inclusive meu antepassado Manoel Nunes Coelho. Mas eh bom ver a lista porque tem quase todas as assinaturas que conheço. Muitas de personalidades do Estado e do pais. Abraços,

Valquirio