sábado, 6 de dezembro de 2008

José Antonio Gomes de Sousa

MESTRE DE CAMPO
Pai de Maria Clara Gomes de Sousa
Avô de Luiza Rita Vieira da Silva e Sousa
Bisavô de Joaquim Vieira Ferreira
Terceiro Avô de Fernando Luis Vieira Ferreira
Quarto Avô de Joaquim Vieira Ferreira Netto
Quinto Avô de José Bento Vieira Ferreira
Sexto Avô de Anamaria Nunes Vieira Ferreira
“Rico senhor de terras, criador de gado, abastado negociante e coronel de milícias na região do Itapecuru”, que, no final do século XVIII, recebeu da Coroa portuguesa a honra de ser cavaleiro da Ordem de Cristo, com direito a ter o próprio brasão
.
(COUTINHO, 2005, p.143).
Dados Biográficos
Nascido em 2 de Outubro de 1750, em São Luis do Maranhão.
Falecido em 6 de Dezembro de 1805.
Árvore de Costados

Filho de Antonio Gomes de Sousa e de Dona Marianna das Neves. Neto paterno de Antonio de Souza e de Dona Joana Gomes. Neto materno de Felipe Marques da Silva e de Dona Rosa Maria do Espírito Santo. Bisneto materno de João Francisco da Silva e de Dona Marianna das Neves. Bisneto materno de Antonio da Silva Carvalho e de Dona Ignácia da Silva Mello. Terceiro neto materno de Manoel Marques e de Dona Marianna das Neves, a Velha.
Carta de Brasão

Com data de 28 de Setembro de 1798.
Distinção

Cavaleiro Professo na Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vida Política

Serviu como Vereador na Câmara de São Luís em diversos mandatos.
Em 1790, solicitou dispensa do serviço de Vereador em São Luís.
Homem de Fortuna

Ofereceu o armamento para o Terço sob o seu comando.
Inventário

Em 1805 foram inventariados os bens do Coronel José Antônio Gomes de Souza, cabeça de casal de prósperos plantadores de algodão. Residia em São Luís, em uma construção nobre no Largo das Mercês. Além do sobrado em que morava, possuía cinco outros imóveis em áreas privilegiadas da cidade. Inventariados os bens da família, o montante-mor beirava os setenta contos de réis, fortuna considerável para a época. Rol das jóias.
Nos quarenta e sete inventários analisados, o somatório dos espólios variava. Por exemplo, entre os setecentos mil réis do preto forro Joaquim José Rapozo, que morava nas proximidades da Fonte das Pedras, aos sessenta e sete contos de réis do coronel José Antônio Gomes de Souza, cuja família morava num sobrado no bairro da Praia Grande. Salta aos olhos as distâncias entre as rendas. Se a primeira família, a dos forros, possuía apenas um quarto de casa, dois escravos adolescentes e algum mobília, utensílios e objetos pessoais; a segunda família, os Gomes de Souza, possuíam uma quantidade interminável de bens, que atendiam desde as necessidades básicas, mas também as de conforto e até de ostentação.
Neste período, os sobrados eram construções próprias da aristocracia, como podemos ler no extrato abaixo.
Declarou a morada de casas de vivenda a qual é de sobrado, as paredes da frente de soque e as da parte da banda, de pedra e cal, com seu poço; citas em doze braças de frente e quinze de fundo, as quais foram avaliadas na forma seguinte: o chão na quantia de quatro contos e oitocentos mil réis; a obra de pedreiro em seis contos e quinhentos mil réis, a obra de carapina em três contos, oitocentos e cinco e oito mil réis; a obra de cantaria em quatrocentos e oitenta e quatro mil réis, a obra de azulejo em cento e oitenta e três mil réis e a obra de ferreiro em novecentos e cinqüenta mil réis, a que tudo pois a quantia de dezesseis contos, setecentos e sessenta e sete mil réis. (inv. 26).
De propriedade do coronel José Antônio Gomes de Souza, o imóvel acima descrito era uma das construções mais caras e sofisticadas de São Luís no começo do século XIX. Edificada em dois lotes urbanos, são mencionadas “obra de cantaria” e de “azulejo”, o que não era comum naquele período. As construções aristocráticas se destacavam pela “qualidade geral da construção, seus materiais mais nobres, suas decorações mais ordenadas, seus interiores mais enfeitados,[...] em que a distribuição interna se especializava, separavam-se os espaços de acolhida dos espaços íntimos” (ROCHE, 2000, p. 141).
Além de sua casa de moradia, o coronel possuía cinco outros imóveis, casas de sobrado e térreas, na Rua do Giz e na Praia Grande.
As famílias de médias e ricas posses conheciam uma multiplicação de utensílios na hora de preparar e servir os alimentos. Seria impossível termos idéia dos utensílios possíveis de existir nas casas dos moradores de São Luís sem fazer uma longa citação destes objetos. Exporemos a cozinha de uma das casas aristocráticas para depois descermos ao interior das de menores posses. A família em questão morava no Largo das Mercês, nas proximidades do Convento dos Mercedários, fazia parte de sua cozinha: rol dos utensílios
O espólio acima foi inventariado em 1805. Vê-se um aparato diversificado tanto no preparo dos alimentos, como no momento de servi-los: leiteiras, sopeiras, terrinas, bandejas, saladeiras, pratos de diversos tamanhos, talheres. Ainda, chocolateiras e aparelhos de chá! Se havia os utensílios era por causa do costume, entre outros, de tomar sopa e comer saladas nas refeições. O espólio acima foi arrumado pelo pesquisador. Em verdade, os objetos aparecem um a um, com uma pequena descrição e seu valor, como por exemplo: “uma cafeteira grande de prata com o peso de quatro marcos e seis onças, avaliados a cem réis o oitavo, que importa na quantia de trinta mil e quatrocentos réis” 33. Ou, quando formavam um conjunto, o valor das peças era dado individualmente e o total após sua descrição.
No mesmo espólio, mas em item separado, denominado “prata” continuava a relação dos utensílios de cozinha da família: rol da prataria
Eram muito comuns os talheres de prata, também as salvas e bandejas, mesmo nos espólios dos de médias posses. Além dos objetos mais valiosos de prata, neste espólio havia uma relação de objetos “de casquilhos”, feitos com uma liga menos nobre, de estanho e cobre. De casquilhos eram feitos salvas, bandeiras, saleiros, colheres de tirar peixe, serpenteiras, caixa de tabaco etc.
Percebemos que os objetos vindos do Oriente, “das “Índias”, como eles diziam, eram
sinônimo de beleza e sofisticação, atingiam maior valor. Por exemplo, as “louças de porcelana das Índias”, os tecidos de Damasco.
(...) Em cima de todos estes móveis, podiam existir castiçais, que, entre as famílias de elite eram de prata, mas que também podiam ser de estanho. A presença destes objetos estava relacionada à necessidade de iluminação, a mesma que fez ser comum encontrar candeeiros de latão, nos espólios inclusive de famílias com renda mais baixa. No entanto os objetos colocados acima dos móveis também se prestavam à ostentação, como se via em algumas casas aristocráticas: rol dos objetos.
A ornamentação das paredes podia ser feita por crucifixos, por entalhes ou gravuras religiosas, ou ainda, imagens nos oratórios. Estes são objetos encontrados tanto nas casas mais ricas como nas mais humildes. Obviamente que havia variação de valor, como a “imagem do Santo Cristo de madeira” que compunha o mobiliário dos Gomes de Sousa, em 1805. Este foi avaliado em cento e trinta e nove mil réis. As famílias de maiores posses geralmente tinham sua capela, com os paramentos necessários.
(...)
Além dos catres e das redes, as cobertas eram encontradas em praticamente todos os lares maranhenses. Elas podiam ser desde panos ordinários ao linho. Mas a hora de descansar ou dormir podia estar cercada de maior requinte, como percebemos nesta relação das roupas de cama e mesa de uma família de elite: rol das roupas.

Antonia da Silva Mota
Aspectos da Cultura material nos inventários
post-mortem da capitania do Maranhão,
séculos XVIII e XIX

Vida Militar
Mestre de Campo do 2º Terço de Índios da Capitania do Maranhão por Mercê de Dona Maria I e Carta Patente de 7 de Janeiro de 1795.
Reforma

Reformado em 1800, segundo documento do Arquivo Ultramarino com data de 7 de
Agosto em que solicita sua reforma em atenção à idade avançada e às moléstias de que padece.
Sesmaria

Junto ao Rio Murim, na paragem denominada Casca Grossa.
Furto de Gado

Pede provisão à Rainha para reiniciar devassa nos campos do Anajatuba.
Injustiçado

Em 1797 pede à Rainha que tome providência contra injustiças.
Casamentos

Casado, em 1ª Núpcias, em 2 de Outubro de 1772, em Lisboa, com Dona Maria Michaela Cantanhede.

Pequena Biografia
Viúva de Guilherme Belfort, 3º e último filho do nobre irlandês Lourenço Belfort e de Dona Isabel de Andrade, sem geração. Filha de Manoel de Jesus Cantanhede, nascido em 17 de Janeiro de 1723, falecido em São Luís, em 1776, e de Dona Serafina Moirinha de Santiago, neta de Faustino Mendes Cantanhede e de Dona Isabel Joana de Assunção, esta descendente dos Barreiros.

Genealogia Maranhense
John Wilson da Costa
Foram Pais de
:
1. Antonio José Gomes de Sousa
Nascido em 13 de Outubro de 1772. Falecido em 1798.
Casado, em 1798, em Lisboa, com Dona Ana Rita Vieira da Silva, nascida em 1 de Janeiro de 1753, vinte anos mais velha, filha de José Vieira da Silva e Dona Anna Maria de Assumpção, (V. Meus 6º Avós) e irmã, portanto, do Brigadeiro Luiz Antonio Vieira da Silva. (V. Meus 5º Avós) que, depois de viúva se casou, em 1800, em São Luís, com o Almirante Felipe de Barros e Vasconcellos. Com Geração.
2. Joaquim Antonio Gomes de Sousa
Alferes. Nascido por volta de 1775. Falecido em 3 de Setembro de 1802. Recebeu Carta Patente de Tenente em 1799. Casou-se, em 11 de Novembro de 1795, no Oratório da Fazenda Santa Ana, na Ribeira do Itapicuru, com Dona Lourença Maria Freire, nascida em São Luís do Maranhão, em 24 de Agosto de 1761 e falecida em 26 de Junho de 1825, 6ª filha de Dona Maria Madalena e do Cirurgião Mor Joaquim da Serra Freire, filha de Lourenço Belfort e Dona Isabel de Andrade.
Com Geração
O Mestre de Campo José Antonio Gomes de Sousa se casou, em 2ª Núpcias, em 6 de Outubro de 1776, com Dona Luiza Maria da Encarnação, nascida por volta de 1756, em São Luís, e falecida em 17 de Abril de 1821, em Itapecuru Mirim. Filha de José Luiz Barbosa e de Dona Rosa Helena Garrido. Neta materna de Pedro Gonçalves Garrido e de Dona Maria da Silva.
Ao se casar Dona Luiza Maria da Encarnação era viúva de João Pires Seabra e foram pais de, pelo menos, Rita Gertrudes Pires Seabra, casada em 2 de Março de 1802, com Joaquim Raymundo Cantanhede, filho de Raymundo Lourenço Cantanhede e de Dona Claudina Maria Bernardes de Sá. Com Geração.
Foram Pais de:
3. Maria Clara Gomes de Sousa.
Casada com o Brigadeiro Luis Antonio Vieira da Silva,
Patriarcas da Família Vieira da Silva e Sousa
(Meus 5º Avós)
4. Ana Rita Gomes de Sousa.
Matriarca da Família de Sousa Gayoso.
Nascida em 1778.
Ao enviuvar, publica por sua conta, o livro do marido e o dedica ao Rei.
Casada, em 20 de Junho de 1795, com o Coronel Raymundo José de Sousa Gayoso.
Com Geração.
5. Antonio Feliciano Gomes de Sousa
.
Capitão
Falecido em 13 de Julho de 1817.
Casado, em 12 de Novembro de 1815, com Dona Maria Magdalena Henriques, filha do Capitão José Henriques e de Dona Apolônia Maria do Sacramento.
6. Luisa Rita Gomes de Sousa
.
Falecida em 18 de Junho de 1851.
Casada, em São Luís, em 25 de Maio de 1807, com o Capitão Mor Rodrigo Luiz Salgado de Sá e Moscoso, filho do Capitão José Salgado de Sá e Moscoso e de Dona Luiza Micaela de Silva, e falecido em 1835.
Com Geração.
7. Joana Gomes de Sousa
Nascida em 26 de Março de 1782.
8. Ignácio José Gomes de Sousa
Major
Nascido na Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Itapecuru.
Batizado em 15 de Agosto de 1789. Falecido em 9 de Agosto de 1869.
Fidalgo Cavaleiro.
Carta de Brasão de Armas passada em 14 de Setembro de 1862.
Vereador e Procurador do Senado da Câmara em 1811.
Construtor do Solar Gomes de Sousa, na Rua do Sol, construído em 1836, com material proveniente da Fazenda Conceição, em Itapecuru-Mirim, para servir de residência à sua família em São Luís.
Casado, em 5 de Julho de 1818, com sua prima Dona Antonia Gertrudes de Brito Magalhães Cunha, nascida em 1811, filha do Dr. Raymundo de Brito Magalhães e Cunha e de Dona Maria Gertrudes Carneiro Homem de Souto Maior, irmã do Conselheiro Joaquim de Brito Gomes de Sousa. Era bisneta de Lourenço Belfort e de Dona Anna Thereza Marques da Silva.
Com Geração.
9. Mariana Raymunda das Neves Gomes de Sousa
Nascida em 10 de Dezembro de 1807.
Casada com o Sargento Mor Francisco Borja Pereira da Silva Coqueiro, natural do Itapecuru, filho do Sargento-Mor Antonio Pereira da Silva e de Dona Maria Josefa de Macedo.

Fontes:
Genealogia Maranhense
John Wilson da Costa

Árvore dos Gomes de Sousa
Helena Shalders

Pesquisa
Anamaria Nunes
Colaboração
Guilherme Alves Serra Pereira
Sérgio Freitas

Wikipedia

Nenhum comentário: